quarta-feira, 24 de março de 2010

Dias Belos


A cumplicidade masculina é algo notável. Avôs, pais, filhos, irmãos, primos, amigos,amantes...Todos são papéis desempenhados por nós em algum momento da vida ou em todos eles.

Homem consegue manter aquela lealdade não importando quanto tempo se passe.

A peça "Dias de Campo Belo" traz muito desse universo para o palco.

O texto de William Costa Lima interpretado por ele mesmo e Vítor Belíssimo, fala sobre jornadas interiores, memórias deixadas ao longo da vida e sonhos que nós homens, um dia tivemos e abandonamos.

Quem nunca teve aquela paixão sufocada por um amigo, primo ou outra companhia masculina durante a infância ou adolescência? Ou mesmo nunca desejou que o mundo parasse quando se estava na companhia de um amigo tão querido quanto desejado?

A sensibilidade do texto deixa tudo subentendido já que olhares, frases curtas e a respiração entrecortada diz muito mais que qualquer palavra.

Os banhos de riacho, as bebedeiras, os encontros ao longo dos anos, tudo se torna motivo e desculpas para um abraço, um toque mais forte, um pedido de atenção...Sem a ditadura cotidiana, as obrigações impostas pela sociedade, o destino daqueles personagens interpretados brilhantemente pelos dois atores em cena, com certeza seria o que muitos de nós desejávamos. Um amigo, um amante, um companheiro.

Dias de Campo Belo foi um dos principais sucessos do ano passado no Fringe, mostra paralela do Festival de Curitiba. O boca-a-boca levou críticos e jornalistas ao Teatro Edson D’Ávila e elegeu-o como um dos melhores espetáculos da temporada.

A peça ainda chama atenção pelo cenário simples e iluminação eficiente mas pouco convencional.

Ainda dá tempo de ir e conhecer o trabalho dos jovens William Costa Lima e Vitor Belíssimo. Eu saí do espetáculo com muitas coisas para refletir.

Espero que o mesmo aconteça com vocês!

Local: Teatro TUSP . Rua Maria Antonia, 294 - Consolação - São Paulo - SP Datas e Horários: 27,28 e 29 de março (sábado, domingo e segunda) sempre às 20h

ENTRADA FRANCA

Informações: (11) 3255-7182

segunda-feira, 22 de março de 2010

Somewhere over the rainbow


Não ouvia essa canção há muito tempo.

E ao assistir a eliminação de uns dos participantes do BBB 10 no Youtube, me veio na mente o quanto essa música tem a me dizer.

Se a inspiração não veio das melhores fontes, o sentimento foi sincero ao postar esse comentário aqui.

É fascinante pensar nem que seja por alguns minutos e acreditar que um dia teremos um lugar mais tolerante para se viver...

"Algum lugar além do arco-íris
Um caminho acima
E os sonhos que você sonhou
Uma vez numa canção de ninar
Algum lugar além do arco-ris
Pássaros azuis voam
E os sonhos que você sonhou
Sonhos realmente se tornam realidade
Algum dia eu desejarei sobre uma estrela
Acordar onde as nuvens estejam longe atrás de mim
Onde problemas se derretam como balas de limão
Bem acima do topo da chaminé é onde você me encontrará
Algum lugar além do arco-íris pássaros azuis voam
E os sonhos que você desafia: oh por que eu não posso?"




domingo, 21 de março de 2010

Em boa companhia


Sinceramente, alguma vez você também sentiu-se sozinho mesmo com tantas pessoas ao seu redor?

Não estou falando de estar sozinho, como se fosse algo negativo, afinal é muito bom estar em sua própria companhia em alguns momentos. Ou pelo menos deveria ser.

Comecei a pensar nisso com mais afinco nas últimas semanas. Difícil explicar.

Se dar conta de que seu pensamento não é compatilhado com quase ninguém é algo que chega a causar uma certa frustração.

Saber que você está só quando decide optar por passeios em lugares tranquilos.

Que está só porque não sente tanta falta assim de estar nas baladas do momento.

Está só porque não participa de discussões mesquinhas sobre esse ou aquele assunto que geralmente não tem nada a ver contigo.

Ficar só ainda que na companhia de seus familiares quando começam as discussões sobre absolutamente nada.

Ainda que você tenha milhões de contatos virtuais, os contatos reais são os que importam de fato. Se a distância impede uma aproximação, aí sim consigo entender e dar o devido valor as pessoas com quem converso virtualmente. Agora morando na mesma cidade ou até no mesmo bairro fica complicado entender como não trazer esse contato do virtual pro real.

Sentir-se só porque temos formas diferentes de ver a vida é algo que me intriga.

Gosto de minha companhia, gosto de me ouvir e aprender com meus pensamentos. Assim raramente cometo os mesmo erros e quando os cometo, consigo corrigir a tempo.

Com tantas relações baseadas em interesses e superficialidades, acho justo o preço que preciso pagar para manter-me alheio a situações que julgo desnecessárias.

Sentir-se único ao invés de sentir-se só deve ser a melhor maneira de encarar minhas diferenças em relação ao mundo.

terça-feira, 16 de março de 2010

Relembrando "Yossi & Jagger"

Recentemente tive o prazer de rever (pela enésima vez) o filme "Delicada Relação" (Yossi & Jagger, 2002).
Este filme israelense relata a estória que se passa em uma base militar localizada na fronteira de Israel com o Líbano que abriga jovens soldados, homens e mulheres.
Yossi (Ohad Knoller) é o comandante do grupo, um homem duro que mantém a todo custo sua postura rígida e a fama de mau. Jagger (Yehuda Levi), o segundo na hierarquia do quartel, tem uma personalidade mais sensível, apesar de também encarar seu trabalho com seriedade. Uma vez juntos, os dois militares vivem uma história de amor proibida que tentam esconder dos demais membros da tropa a todo custo. No entanto este esforço fica ameaçado quando a recruta Yaeli (Aya Steinovitz) se declara apaixonada por Jagger.
Aqui tem o vídeo com a lindíssima música Your Soul , com imagens que me encantam sempre que vejo.

domingo, 14 de março de 2010

More than words...


Um amigo muito querido mandou-me essas frases num texto com o título "Coisas que a vida ensina depois dos 40" de Artur da Távola‏.

Após ler e reler ao longo dos meses acredito que antes dos 40 tenho aprendido isso também. E espero sinceramente que, quem o ler aprenda e pratique isso independente de sua idade...


"Amor não se implora, não se pede não se espera... Amor se vive ou não.

Ciúmes é um sentimento inútil. Não torna ninguém fiel a você.

Animais são anjos disfarçados, mandados à terra por Deus para mostrar ao homem o que é fidelidade.

Crianças aprendem com aquilo que você faz, não com o que você diz.

As pessoas que falam dos outros pra você, vão falar de você para os outros.

Perdoar e esquecer nos torna mais jovens.

Água é um santo remédio.

Deus inventou o choro para o homem não explodir.

Ausência de regras é uma regra que depende do bom senso.

Não existe comida ruim, existe comida mal temperada.

A criatividade caminha junto com a falta de grana.

Ser autêntico é a melhor e única forma de agradar.

Amigos de verdade nunca te abandonam.

O carinho é a melhor arma contra o ódio.

As diferenças tornam a vida mais bonita e colorida.

Há poesia em toda a criação divina.

Deus é o maior poeta de todos os tempos.

A música é a sobremesa da vida.

Acreditar, não faz de ninguém um tolo. Tolo é quem mente.

Filhos são presentes raros.

De tudo, o que fica é o seu nome e as lembranças a cerca de suas ações.

Obrigada, desculpa, por favor, são palavras mágicas, chaves que abrem portas para uma vida melhor.

O amor... Ah, o amor... O amor quebra barreiras, une facções, destrói preconceitos, cura doenças... Não há vida decente sem amor! E é certo, quem ama, é muito amado.

E vive a vida mais alegremente."

Obrigado pelos conselhos Dante. Adoro você cara!!!!!

quinta-feira, 4 de março de 2010

Amapô

Este curta faz parte do projeto Marco Universal.
Através de uma história de vida o filme trata de questões relacionadas aos direitos humanos, como o direito à diferença. A vida da personagem é apresentada a partir de outros, a alteridade como lógica. Os espectadores completam os sentidos e aos poucos percebem que se trata de um homossexual que, ainda na adolescência, virou travesti. "Amapoa" é um termo que vem do Iorubá e transformou-se em uma gíria de travestis para falar de mulher. O filme traz um desfecho brutal, revelando que o personagem sofreu uma forte violência. Homofobia. A abordagem leva à identificação com a personagem e permite reflexões sobre a intolerância da sociedade atual.
Dirigido por Kiko Goifman esse curta ajuda e muito a nos fazer pensar o quanto nosso país e o mundo continuam intolerantes.

segunda-feira, 1 de março de 2010

É bom olhar pra trás...


Alguns anos atrás realizei um trabalho voluntário por dois anos que me ajudou a amadurecer um bocado. Deixando de lado ideologias com as quais não compartilho mais hoje em dia, posso dizer que havia muito mais de minha personalidade envolvida naquele trabalho do que qualquer outra coisa.

Em dias quando me sinto meio desconsolado com as atitudes de algumas pessoas próximas de mim, seja pessoal ou virtualmente, busco na memória momentos que ficaram naqueles anos.

Hoje especificamente, me veio a mente como a sensação de mudar um pouco o cotidiano das pessoas me trouxe bens inestimáveis. Como essas lembranças.

Quando morei no norte de Minas Gerais por 5 meses, conheci um cara de 40 e poucos anos que morava num pequeno quarto nos fundos de uma casa. Um lugar extremamente humilde assim como quase toda a população daquele bairro.

Eu e um amigo o visitávamos com frequência apenas para ouvi-lo. E assim como várias outras pessoas que vimos todos os dias, ele era um cara que provavelmente ninguém parava para ouvir.

Construimos uma amizade bacana e percebia que tanto ele quanto nós ficávamos felizes com o desenrolar de nossas longas conversas sobre a vida.

Após 5 meses eu tive que ir para outra cidade e quando fui me despedir dele, foi uma das situações mais gratificantes que posso me recordar agora.

Despedir-se de alguém que aprendemos a conviver e gostar é sempre algo complicado. E ver um cara de 40 e poucos anos chorar por saber que aquela rotina que nos fazia bem estava por terminar foi algo que não dá pra esquecer.

Hoje , quando me deparo com algumas atitudes mesquinhas de muitas pessoas, inclusive as minhas próprias, procuro me lembrar de que eu posso sim, fazer diferença na vida das pessoas.

E que nunca devo me esquecer que todos têm suas estórias, seus dramas, suas alegrias e seus traumas para cuidar.

O mundo está repleto de futilidades e de coisas interessantísimas também. Eu escolhi o lado dos interessantes e evitarei ao máximo pensamentos e atitudes que possam me desviar disso.

Se quiser me acompanhar, seja sempre bem vindo...