Com toda essa avalanche de informações que recebemos a cada minuto é quase impossível ficar indiferente ao que acontece no mundo. E uma coisa que tem chamado minha atenção nos últimos anos é a necessidade que praticamente toda a população do planeta tem em dar um pitaco, uma opinião, uma observação ou qualquer outro nome que se dê para o incrível e necessário hábito de expressar-se perante todos.
O que tenho visto é o quanto se tornou fácil e corriqueiro entrar em redes sociais, ler os posts alheios e pimba! Descarregar ali todo o seu ódio e revolta com aquilo que é contrário ao sua forma de encarar a vida.
Xingamentos, ofensas e falsa moral têm sido moeda de troca. Já havia lido em algum lugar que ficar lendo comentários deste tipo causam depressão em muita gente. Posso imaginar...
Refleti um bocado sobre os efeitos que atitudes tão estúpidas quanto gratuitas podem causar e a conclusão foi apenas de descrença ao ponto em que chegamos.
O Facebook disponibilizou nesses últimos dias uma ferramenta permitindo que o perfil do usuário fique com as cores representando a aprovação do casamento igualitário nos EUA e milhares de perfis ganharam esse tom agradável de apoio e respeito.
Mas não demorou muito para que isso trouxesse também o ódio e todos os outros tipos de sentimentos horríveis de pessoas contrárias a este direito. Geralmente apoiadas num falso cristianismo e carregados de versículos da Bíblia, as mensagens vão desde mero descontentamento a ofensas graves.
O lado bom disto, que por incrível que pareça existe, é que ao fazerem isto as pessoas mostram suas caras, mostram exatamente o que pensam por trás de seus perfis sorridentes. Deixam claro o quão perigosas e horrendas são suas idéias sobre humanidade.
Ao agirem assim, pelo menos nos ajuda a identificar de quem devemos manter distância ou ficar de olhos bem abertos. Afinal se você conviver com elas num ambiente de trabalho, de estudo (embora ache isso difícil tendo em vista o vocabulário limitado e a péssima ortografia nos comentários), em lugares públicos ou outros eventos, pelo menos saberá com quem está lidando.
Porque uma coisa é certa, toda essa coragem virtual de xingar,ofender,tripudiar e ameaçar homossexuais diminui muito quanto a coisa é ao vivo e a cores. Literalmente.
Se for subordinado a um chefe que seja gay então, melhor guardar os comentários para fazer quando estiver na copa tomando o cafezinho. E a certeza de que xingar um casal gay na rua ou em algum outro lugar desde que seja ao vivo, requer bem mais coragem do que vomitar revolta e ignorância pela internet,né?