quinta-feira, 21 de setembro de 2017

O momento certo

Mais atual do que nunca, principalmente nesses dias em que estamos presenciando inúmeras tentativas de retrocesso, ter uma peça em cartaz que trata de assuntos tão urgentes como a homofobia e preconceito se torna um espetáculo obrigatório.

Sucesso de público e de crítica, “Bruta Flor”, é uma peça que provoca o espectador a refletir sobre homoafetividade e preconceitos nas relações amorosas, retorna ao cartaz, em curta temporada, no Teatro Augusta, às sextas-feiras dos meses de agosto e setembro.  

A peça estreou em novembro de 2016 e está em cartaz em no Teatro Augusta.

Texto denso e potencialmente polêmico, que trata da homofobia internalizada e sua possível consequência trágica, despertou o interesse do ator Marcio Rosario em assumir a direção e a produção do espetáculo. 
“O tema não poderia ser mais atual: o Brasil vive uma onda de intolerância contra a diversidade sexual”, diz Rosario.
O drama de Vitor de Oliveira e Carlos Fernando de Barros aborda o relacionamento de dois homens, Lucas e Miguel, que se reencontram e começam a relembrar a trajetória deles, desde a adolescência. Miguel vai estudar em Londres e Lucas se casa com Simone, sua namorada desde o colégio, e lutam para realizar o grande sonho dele: ser pai. Após 12 anos, Miguel e Lucas se reencontram no metrô. Um reencontro que traz à tona sentimentos até então desconhecido para ambos. 
A relação vai ganhando contornos dramáticos, envolvendo a aceitação da sua própria homossexualidade.
Com Adriano Arbol, Érika Farias e Willian Tucci dirigidos por Marcos Rosário, "Bruta Flor" fica em cartaz até dia 29/09 no Teatro Augusta, sempre às sextas-feiras às 21h30min.
Corre que ainda dá tempo!!! 


domingo, 24 de julho de 2016

De onde vem a calma

A busca pelo sossego é incessante. Cada um tem ou deve ter pelo menos idéia do que pode lhe trazer um pouco de paz em dias tão turbulentos e de conectividade extrema.

No mês de junho, ao tirar as esperadas férias, mesmo que curtas, serviram de um escape no meio de um ano tão acelerado. 

Sair do lugar comum, ir para outra cidade, ver outras pessoas, ver paisagens diferentes e se aventurar por destinos incertos traz uma excitação e alegria que precisamos sentir em algum momento.

Ainda que o destino tenha sido uma capital tão agitada quanto São Paulo, ter ido ao Rio de Janeiro trouxe uma novidade para mim. Indo pela quinta vez por lá, foi a primeira em que realmente "turistei" pela cidade todos os dias praticamente.

Saía pela manhã e voltada somente a noite, eu e minha mochila guarnecida com petiscos e garrafinhas de água. Voltava exausto, é verdade, mas feliz por cumprir em partes o que almejava, que era ver lugares diferentes, admirar paisagens bonitas e registrar bons momentos.

Nos dias após ao retorno da rotina, busquei mesmo no dia a dia, não perder a alegria que aquele passeio me trouxe. Até porque a vida continua e os momentos de escape tem que ser constantes.

Ler um livro, ouvir as músicas que gosto, ficar curtindo a casa, visitar amigos, tomar um vinho, dormir na casa dos irmãos e aproveitar a companhia dos sobrinhos, tudo isso e mais um pouco ajudam e muito enfrentar essa vida tão agitada e que por vezes, nos esgotam mental e fisicamente.

O que não pode parar, é essa busca por momentos de alegria e tranquilidade, grandes ou pequenos, mas que valham a pena.




domingo, 28 de junho de 2015

O lado bom da ignorância

Com toda essa avalanche de informações que recebemos a cada minuto é quase impossível ficar indiferente ao que acontece no mundo. E uma coisa que tem chamado minha atenção nos últimos anos é a necessidade que praticamente toda a população do planeta tem em dar um pitaco, uma opinião, uma observação ou qualquer outro nome que se dê para o incrível e necessário hábito de expressar-se perante todos.

Pois bem, como todos os excessos esse também trouxe rapidamente seus dissabores. 

O que tenho visto é o quanto se tornou fácil e corriqueiro entrar em redes sociais, ler os posts alheios e pimba! Descarregar ali todo o seu ódio e revolta com aquilo que é contrário ao sua forma de encarar a vida.


Xingamentos, ofensas e falsa moral têm sido moeda de troca. Já havia lido em algum lugar que ficar lendo comentários deste tipo causam depressão em muita gente. Posso imaginar...

Refleti um bocado sobre os efeitos que atitudes tão estúpidas quanto gratuitas podem causar e a conclusão foi apenas de descrença ao ponto em que chegamos.

O Facebook disponibilizou nesses últimos dias uma ferramenta permitindo que o perfil do usuário fique com as cores representando a aprovação do casamento igualitário nos EUA e milhares de perfis ganharam esse tom agradável de apoio e respeito.

Mas não demorou muito para que isso trouxesse também o ódio e todos os outros tipos de sentimentos horríveis de pessoas contrárias a este direito. Geralmente apoiadas num falso cristianismo e carregados de versículos da Bíblia, as mensagens vão desde mero descontentamento a ofensas graves.

O lado bom disto, que por incrível que pareça existe, é que ao fazerem isto as pessoas mostram suas caras, mostram exatamente o que pensam por trás de seus perfis sorridentes. Deixam claro o quão perigosas e horrendas são suas idéias sobre humanidade.

Ao agirem assim, pelo menos nos ajuda a identificar de quem devemos manter distância ou ficar de olhos bem abertos. Afinal se você conviver com elas num ambiente de trabalho, de estudo (embora ache isso difícil tendo em vista o vocabulário limitado e a péssima ortografia nos comentários), em lugares públicos ou outros eventos, pelo menos saberá com quem está lidando.

Porque uma coisa é certa, toda essa coragem virtual de xingar,ofender,tripudiar e ameaçar homossexuais diminui muito quanto a coisa é ao vivo e a cores. Literalmente.

Se for subordinado a um chefe que seja gay então, melhor guardar os comentários para fazer quando estiver na copa tomando o cafezinho. E a certeza de que xingar um casal gay na rua ou em algum outro lugar desde que seja ao vivo, requer bem mais coragem do que vomitar revolta e ignorância pela internet,né? 

domingo, 14 de junho de 2015

Uma realidade difícil de engolir.

Você nasce num país, assim como muitas outras pessoas. É criado por seus pais, aprende a conviver com irmãos, parentes, vizinhos ou quem mais for dependendo de sua origem.
Em algum momento você percebe que tem seu lugar no mundo.
Que é dotado de inteligência, de desejos, de vontades e irá procurar viver da melhor forma possível (quem não quer ser feliz, né?) com aqueles próximos à você.

Esta é a maneira pela qual eu procuro concentrar meu pensamento e minha forma de ver a vida.
Em qual momento da vida, um ser (humano?) decide que o que ele acredita ou a forma que ele escolheu para viver é a única que pode ser vivida? Em qual momento lhe foi dado este direito sobre a vida de outras pessoas, que afinal ocupam o mesmo planeta?

A crença em qualquer religião, seita, deuses e líderes religiosos é puramente individual.Algo que você escolhe seguir, acreditar ou algo mais que o valha.

Mas isto não dá o direito a NINGUÉM de decidir sobre a sagrada vida de outra pessoa.
Ainda que todas as bíblias ou outros escritos considerados sagrados fossem todos queimados e não mais existissem, ainda assim as pessoas de boa índole, de bom coração e que foram criados amorosamente, que aprenderam a discernir o certo do errado de acordo com a criação que teve, saberiam conviver da melhor forma possível.

Não acredito que somente quem acredita nesta ou naquela religião tem o direito de estar vivo e gozar plenamente de todos os direitos concedidos aos demais seres humanos,conforme aprendemos através de uma Constituição que deveria privilegiar a todos.

Quem além de si próprio, sabe o que fazer com o que sente, com a forma que se encontra no mundo, como enxerga o próprio corpo?

Essas criaturas que hoje sentam-se em cima de suas bíblias ou outros escritos sagrados para dizerem e forçarem os demais a aceitarem suas verdades, que fazem uso de sua fé como se fosse uma lei imutável, desde que lhe seja útil para tirar do caminho todos aqueles que consideram difíceis de se conviver, covardemente abreviam a existência de outros que deveriam considerar no mínimo, como pessoas iguais, que possuem pai, mãe, irmãos, que trabalham e pagam seus impostos.

Afinal, devem pensar, o mundo foi feito apenas para quem decide qual a forma certa (ela existe?) de se viver.

E esses homens, quanto mais instruídos e com mais poderes políticos tiverem, mais curta será a vida de muitos, que assim como eu, optaram por dar vazão a sua existência, por ocupar seu lugar no mundo e mesmo sendo difícil encarar o julgamento diário de pessoas que acreditam piamente possuir tal direito, resolvem encarar e procuram a melhor forma de conviver com tanta falta de humanidade.

Onde sobra intolerância, falta inteligência.

O jovem Rafael, de apenas 14 anos, morador de Cariacica (ES) que sonhava apenas em ser um estilista, foi assassinado, espancado por paus e pedras apenas por ser gay. Por ser afeminado, por não ser como os outros achavam que ele deveria ser. Explicar para a mãe dele hoje, que seu filho não está mais com ela, porque alguns acreditam que é melhor um filho morto que um filho viado não é uma tarefa digna.

Dá, realmente, para acreditar num país onde esse tipo de coisa é incentivado numa Câmara, onde deputados eleitos pelo povo, que deveriam estar fazendo jus aos seus cargos e procurando a melhoria de vida do povo, bravejam e apoiam essa barbaridade?
Linda e triste nação essa em que vivemos.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Tudo no seu lugar.



Após quase duas semanas em que finalmente mudei de casa, estou sentindo o sabor da nova rotina.
Mesmo com tanto ainda para fazer, aos poucos tudo vai tomando forma e se encaixando nos seus devidos lugares. Tanto material quanto emocionalmente.

A parte material da coisa toda é apenas a ponta do iceberg. Claro que embalar, eliminar zilhões de coisas que só se percebe quando uma mudança será feita é algo que toma um tempo precioso.

Aliás, este foi um ótimo exercício pois mandei pro lixo tantas coisas que simplesmente não tinham a menor serventia, itens que não faziam o menor sentido de estarem ao meu redor, povoando caixas e mais caixas. Muitos destes itens pertenciam a um período bem distante, em épocas que meus pensamentos eram outros e hoje não me diziam absolutamente nada.

Fiz o que tinha que fazer sem pensar muito. Peguei sacos de lixo e mandei tudo embora. Simples assim.
Depois olhando para o quarto, os espaços livres no guarda roupas e armário, vejo que não fazem a menor falta. Era um exercício que precisava colocar em prática. E nada melhor que uma mudança de residência para colaborar neste processo.

Agora que tudo vai se encaixando, coisas novas estão chegando, ocupando espaços e me ajudando a descobrir o prazer novamente de estabelecer uma nova rotina. Redescobrir anseios e planejar novos caminhos.

As boas atitudes das pessoas ao redor também são uma fonte agradável de energia. Trocam idéias, ajudam as arrumações, providenciam o que for mais urgente e até colaboram com visitinhas e mensagens bacanas.
Agora é cuidar do planejamento para os próximos meses, pois nenhum início é fácil pra ninguém e embora não seja exatamente uma novidade, um reinício também traz suas recompensas...

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Calçando os próprios sapatos.

A importância demasiada à absolutamente tudo que ocorre ao nosso redor é um grande risco.

É compreensível que o desejo de que tudo ou quase tudo, esteja na mais perfeita ordem, é algo inerente a vontade de muitos. Eu pelo menos me incluo nessa categoria.

No decorrer deste ano minha mente não me deixou descansar um só momento. Sempre fervilhando, ora de idéias, ora de memórias, mas sempre me cutucando para ver se as decisões seriam tomadas.

Não sei se exatamente esses pensamentos que me invadiram nesta madrugada têm a ver com ter completado mais um ano de vida no final do mês de agosto. Pode até ser, já que meio que inconscientemente, essa coisa de calendário, datas e anos nos forçam a ver a vida por um filtro em que tudo é compactado em períodos.
Tempo de brincar, tempo de aprender, tempo de ser rebelar, de ser irresponsável e assim os anos vão se passando.

Gosto de usar experiências passadas, memórias boas e ruins para enxergar como estou hoje, quem sou e por quais caminhos cheguei aqui.
Ainda que eu tenha em alguns períodos, calçado os sapatos de outras pessoas, optando por não ser exatamente tudo aquilo que imaginei que eu seria aos 43 anos, o sentimento que tenho agora mesmo é de continuar caminhando em direção com a bagagem que tenho adquirido nos últimos tempos.

Mas desta vez, calçando meus próprios sapatos ou descalço se for necessário...

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Busca Vida


Sabe o que faz bem pra gente?

Muito mais do que receitas de felicidade prontas, vendidas em revistas de $1,99 que você sempre
bate os olhos enquanto espera a fila do supermercado e mais do que as dicas infalíveis de alguma sub celebridade, está em nossas próprias mãos e mente os desejos de que as coisas dêem certo.

Fazer o que gosta vai muito além do fator puramente econômico. Se em algum momento você pode desfrutar do que o dinheiro proporciona, em outros momentos dependerá de outros fatores para a realização de bons momentos.
Acredito que aí valha a pena lançar mão de tudo que estiver ao alcance.
Fazer bem para si não tem nada que pague. Nada que possa substituir a satisfação alcançada por alguns dias ou horas e até mesmo minutos de um sorriso no rosto e calma na mente.

Refleti um bocado sobre isso em alguns dias que me retirei para longe, dias em que estive apenas com minha própria companhia para descobrir novos lugares e também dar ouvidos aos meus sentimentos.
Deixei os pensamentos se formarem para poder relaxar e olhar para os velhos dilemas com uma nova perspectiva. Se funcionou exatamente, só saberei de acordo com as atitudes tomadas daqui pra fente.
Sorri para o mundo e ele me sorriu de volta.

E buscar ouvir o que está gritando dentro da gente,encarar que a vida segue seu rumo e que é necessário estar aberto para seguir junto faz um bem danado!!!