quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Salve Geral!


Voltando à ativa em minhas incursões pelo cinema, acabei de chegar de uma sessão do filme "Salve Geral" de Sérgio Rezende.
Quem morava em São Paulo em 2006 lembra muito bem sobre o caos que se tornou a cidade de São Paulo naquela fatídica segunda feira pós-Dia das Mães.
Eu me recordo que tinha sido recém admitido numa rede de hotéis onde trabalhei como auditor durante dois anos, ali na região do Parque do Ibirapuera.
Naquela tarde quando sai do trabalhotudo estava parado na cidade,não se viam ônibus, celulares não funcionavam devido ao congestionamento nas linhas. Dava medo mesmo de andar pela rua.
Subi até a Av.Paulista a pé e um clima péssimo reinava nas ruas da capiltal. Lembro que peguei o primeiro ônibus que passou e fiquei provavelmente 3 horas dentro dele até chegar em casa,um trajeto que não levava mais do que 40 minuto em dias normais.
Mas com a cidade daquele jeito, era melhor ficar dentro dos ônibus do que vagando pelas ruas.
Não tinha como esquecer aquela data.
O filme Salve Geral traz uma versão do que aconteceu naquele fim de semana através da estória da professora de piano Lúcia (Andréa Beltrão), uma mulher simples de classe média, que passa por dificuldades financeiras e tem uma missão: tirar o filho adolescente Rafael (Lee Thalor) da cadeia. Enquanto isso, a crise entre prisioneiros e o sistema carcerário se agrava, e o Comando Vermelho envia seu código: Salve Geral. E São Paulo virou um inferno.
Achei o filme interessante principalmente porque estava pela cidade naqueles dias em que os fatos ocorreram. Uma sensação meio incômoda ficou comigo durante a exibição do longa.
Não só pelo tema, mas sobretudo pela dificuldade que senti em ser solidário com o sofrimento das personagens de Andréa Beltrão e do jovem Lee Thalor. Excelentes atores, sem dúvida, mas os caminhos escolhidos pela professora de piano e seu filho para a solução de seus problemas, me causaram certa estranheza. Provavelmente por nunca ter passado por situação semelhante,não sei como reagiria em tais circunstâncias.
Vale a pena assitir e levar consigo essa polêmica para refletir e debater entre amigos.



Nenhum comentário: