Mesmo com o frio que castigou a cidade nessa quarta-feira, insisti e fui ao cinema para dar um descanso à minha mente.
Arrastei o Gilmar e a Claudia comigo e fomos ao HSBC Belas Artes fazer um programa que há muito tempo não conseguiamos realizar.
O escolhido foi Os Famosos e os Duendes da Morte, estreia do curta-metragista Esmir Filho (de Tapa na Pantera com a Maria Alice Vergueiro, Saliva entre outros) na direção de um longa, que traz um adolescente de uma cidade minúscula que quer apenas ser livre e encontrar seus pares. Encaixar-se no mundo e viver com sua “tribo”.
O diretor busca dar um tom de angústia ao seu personagem e a seu filme. Utiliza a neblina da cidade de Lajeado e os sons que ela produz. Tenta transmitir os sentimentos de seu herói por meio do sensorial.
Resumindo é um filme para ser mais sentido do que entendido.
O garoto de 16 anos (Henrique Larré) que passa o tempo angustiado com a sensação nítida de não pertencer aquele mundo, acredito eu que possa representar muitos que vivem assim pelo mundo afora.
Falta de perspectiva, solidão e carência entram em rota de colisão com os hormônios de um adolescente que encontra na Internet, através de seu blog e contatos virtuais, uma escapatória para dar um fôlego em sua trajetória.
Uma garota e um homem mais velho aparecem para permear a estória com sensualidade e mexer com a sexualidade já aflorada do rapaz.
Para quem já foi adolescente e teve esses momentos de solidão e confusão sobre sua própria identidade, mesmo não morando em um lugar tão longíquo quanto o personagem desse filme, irá sentir durante a exibição do longa uma ponta de empatia e sairá do cinema com a mente repleta de lembranças dessa fase da vida.
Um comentário:
Fiquei curioso: Um filme para ser sentido e não entendido. Talvez seja um filme que sutilmente denuncia os modelos falidos no qual os nossos adolescentes se relacionam com seus pares na sociedade.
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