quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Lemon Tree - Nunca é tarde para (re)descobrir o prazer de viver.


Eu sou daqueles fãs confessos de filmes que fazem refletir. Amo demais.

Nessa madrugada pude assistir a dois exemplares desse gênero. Depois de um dia de sentimentos bons como esperança e tranquilidade, passamos na locadora e pegamos alguns filmes para relaxar a mente.

Gostaria de comentar aqui sobre "Lemon Tree" .Vimos antes desses dois "A Era do Gelo " mas acho que não há muito o que dizer além do que já disseram por aí. Adoro o trabalho do diretor Carlos Saldanha e isso diz tudo.

No delicado "Lemon Tree" o diretor Eran Riklin nos apresenta uma estória incrivelmente baseada num caso real. O filme acompanha a trajetória de Salma Zidane (Hiam Abbas), uma mulher solitária, de meia idade, que sobrevive na região da Cisjordânia fazendo compotas dos limões colhidos diretamente de seu belo pomar. Até que um dia muda-se para a casa ao lado Israel Navon (Doron Tavory), ninguém menos que o Ministro da Defesa de Israel. Obviamente, junto com ele mudam-se também câmeras de segurança, cercas de arame farpado, guardas, guaritas e uma estranha exigência: os limoeiros da vizinha Salma devem ser eliminados, já que eles poderiam servir de esconderijo para algum terrorista disposto a cometer um atentado contra Israel. O homem e o país. Forte, Salma não aceita a exigência e dá início a uma batalha judicial pelo direito de plantar limões em seu próprio quintal.

Fiquei fascinado pelo filme. A delicadeza das cenas e a maneira como a forte Salma Zidane se descobre e se permite ir além do que se espera de uma mulher palestina é mais do que apenas uma briga sobre limões e limoeiros. A medida que a trama ganha força, fica nítido que as mudanças causadas pela briga judicial irá colocar outra mulher de deparando com sua infelicidade, a esposa de Ministro da Defesa, Mira (Rona Lipaz-Michael). Emocionante.
Curiosidade: O diretor foi morou no Brasil durante a adolescência e as citações sobre a paix~~ao pelo futebol está presente em algumas cenas. E a música do início do filme é uma versão de "Meu Limão, Meu Limoeiro" que conhecemos bem!

Em outro contexto completamente diferente, mas igualmente brilhante e inacreditável, a estória de "Irina Palm" que comentarei no próximo post!


terça-feira, 27 de outubro de 2009

Estar DOLADO de quem acredita...


Uns meses atrás quando tive o primeiro contato com o Marcello através de uma rede social disponibilizada na Internet, eu pensei que se tratava apenas de mais um amigo virtual que tinha achado algo bacana no meu jeito de escrever e me expressar.

Com o passar do tempo e das conversas (e-mails trocados e telefonemas) descobri que esse rapaz tinha muito mais a dizer do que eu imaginava.

A idealização do site criado por ele e seu pulso firme em defender ótimos ideais me conquistou.

Quando veio o convite para ser colaborador em uma coluna criada para que eu pudesse exercitar meu lado "escritor" de ser, quase não acreditei tamanha a surpresa e satisfação que isso causou.

Hoje após esses 5 meses de site no ar e 4 como colaborador do site Dolado posso dizer que continuo acreditando nas idéias desse moço. Aliás, tê-lo conhecido pessoalmente foi uma ocasião muito especial. Ele sabe disso.

Mesmo com todas as críticas, infundadas na minha opinião, o direcionamento das matérias e colunas continua lá, firme e forte.

Nao entendo até hoje porque as pessoas defendem a idéia de que sites direcionados ao público LGBT precisam de apelo erótico. Juro que não entendo.

Parece que qualquer conteúdo de interesse à comunidade gay , impreterivelmente há de se ter um apelo sexual. Qualquer tipo serve.

O Dolado está aí, com a proposta excelente de que você pode acessá-lo em qualquer lugar, seja no seu trabalho ou em casa sem sentir-se constrangido com imagens de homens nus pulando na tela a cada clicada. Entendo que cada um tenha seu gosto. Então aceite o que gosta e direcione suas críticas para outros lados de sua vida.

Não preciso de rótulos, nunca precisei e assim pretendo seguir minha vida. E agora, encontrei outros gays que pensam a mesma coisa. Agora responda: Dá para não ficar "do lado" de quem pensa e acredita no que faz? Acho que não...

Acesse o site e confira a matéria dos cinco meses do DOLADO no ar ! (http://www.dolado.com.br/)

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Salve Geral!


Voltando à ativa em minhas incursões pelo cinema, acabei de chegar de uma sessão do filme "Salve Geral" de Sérgio Rezende.
Quem morava em São Paulo em 2006 lembra muito bem sobre o caos que se tornou a cidade de São Paulo naquela fatídica segunda feira pós-Dia das Mães.
Eu me recordo que tinha sido recém admitido numa rede de hotéis onde trabalhei como auditor durante dois anos, ali na região do Parque do Ibirapuera.
Naquela tarde quando sai do trabalhotudo estava parado na cidade,não se viam ônibus, celulares não funcionavam devido ao congestionamento nas linhas. Dava medo mesmo de andar pela rua.
Subi até a Av.Paulista a pé e um clima péssimo reinava nas ruas da capiltal. Lembro que peguei o primeiro ônibus que passou e fiquei provavelmente 3 horas dentro dele até chegar em casa,um trajeto que não levava mais do que 40 minuto em dias normais.
Mas com a cidade daquele jeito, era melhor ficar dentro dos ônibus do que vagando pelas ruas.
Não tinha como esquecer aquela data.
O filme Salve Geral traz uma versão do que aconteceu naquele fim de semana através da estória da professora de piano Lúcia (Andréa Beltrão), uma mulher simples de classe média, que passa por dificuldades financeiras e tem uma missão: tirar o filho adolescente Rafael (Lee Thalor) da cadeia. Enquanto isso, a crise entre prisioneiros e o sistema carcerário se agrava, e o Comando Vermelho envia seu código: Salve Geral. E São Paulo virou um inferno.
Achei o filme interessante principalmente porque estava pela cidade naqueles dias em que os fatos ocorreram. Uma sensação meio incômoda ficou comigo durante a exibição do longa.
Não só pelo tema, mas sobretudo pela dificuldade que senti em ser solidário com o sofrimento das personagens de Andréa Beltrão e do jovem Lee Thalor. Excelentes atores, sem dúvida, mas os caminhos escolhidos pela professora de piano e seu filho para a solução de seus problemas, me causaram certa estranheza. Provavelmente por nunca ter passado por situação semelhante,não sei como reagiria em tais circunstâncias.
Vale a pena assitir e levar consigo essa polêmica para refletir e debater entre amigos.



terça-feira, 20 de outubro de 2009

Se você é o cara que flertava comigo...

Esse curta dirigido por Thiago Alcântara foi ganhador do Prêmio Porta Curtas no Festival Mix Brasil 2005 . E o slogan é ótimo..."Se você é o cara que flertava comigo, veja esse filme!"
Bom curta metragem pra vocês!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Saber Viver - Meu Blog completa um ano...


A idéia quando comecei a escrever aqui era clara e simples. Um diário onde eu poderia registrar todas as coisas que consideraria importantes no meu cotidiano.

No começo fiquei meio perdido, alguns textos depois já estava me viciando e quando percebi escrever tornou-se um hábito.
Começaram a aparecer seguidores, conheci outro blogueiros,fiz amizade com alguns, admirei o estilo de outros, descobri uma infinidade de pessoas que assim como eu gostam de de expressar por palavras.

Aos poucos inseri vídeos, links e aproveitei o espaço para falar de outro assunto que amo desde a adolescência: Cinema.
Exercitei meu lado crítico, colocando minha opinião nos filmes que vi no último ano. também fiz o mesmo com as peças de teatro e shows que assisti.

Realmente o cotidiano pareceu bem mais interessante quando comecei a dividi-lo com as pessoas. E hoje meu querido Blog Pereirices completou um ano de vida!

A parte social e a luta pela causa LGBT tomou forma e veio acrescentar mais veracidade no meu tão animado cotidiano. Aqui me apresento e represento quem sou. E defendo o que tenho de mais precioso ,a minha própria vida e minha maneira de ver o mundo.

Hoje posso dizer que o Pereirices ainda continua sendo meu diário, meu cotidiano e mais ainda, um espaço onde terei sempre o prazer de falar sobre tudo que me interessa.

E quem me segue e gosta do meu jeito de escrever, deixo aqui o meu muito obrigado!

Se o dia a dia tem sido implacável comigo a ponto de ficar dias sem postar, saibam que ese período está sendo extremamente produtivo para mim.

Uma poesia da incrível Cora Coralina que usei para dar nome à esse post:

Saber Viver

"Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura...
Enquanto durar..."

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Por acaso, você mudou?


Lembre-se de algo muito importante:

O que é PRECONCEITO?

Como o próprio nome já diz, é uma ideía preconcebida sobre uma pessoa ou grupo de pessoas.

Geralmente, o PRECONCEITO é adquirido, mesmo que inconscientemente, pela convivência com pessoas preconceituosas.

NINGUÉM NASCE PRECONCEITUOSO!

O que é DISCRIMINAÇÃO?
É o ato de separar, isolar ou diferenciar uma pessoa ou um grupo de pessoas pelo seu GÊNERO, COR, ORIGEM, ORIENTAÇÂO SEXUAL ou qualquer outra forma de julgamento que a(s) PREJUDIQUE, pelo simples fato de achar que todos devem viver de acordo com a SUA forma de pensar. Quem discrimina não está agindo corretamente,porque em geral não vive da forma comno tenta fazer com que as pessoas acreditem,ou seja, não é porque alguém pensa de uma maneira que vá praticar o que pensa.

Qualquer forma de discriminação e preconceito é um desrespeito aos direitos humanos.

Inclusive aos seus...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Não é fácil ser inteiro.


Todo mundo sempre sabe o que é melhor para você. Todo mundo. Menos você, claro.
E esse tipo de modo de vida não é previlégio dos dias de hoje. Se você parar e pensar um pouco mais irá perceber que desde muito jovem esse desenho já estava sendo formado.
Começou quando tive que trabalhar na idade que hoje todos somente estudam. Depois veio a parte dos amigos, quais seriam as melhores companhias e quais os que poderiam influenciar "sobre os males do mundo".
Como no período da adolescência o fato de ser gay já era iminente dá para imaginar o tamanho do nó que isso causa na cabeça de um jovem.
Mas com isso, e há de se agradecer por ser gay, vieram também todas as diferenças na maneira de pensar e agir, nos lugares onde frequentar e o que se ler e por aí vai.
Como acabei constatando anos mais tarde, o refinamento cultural e artístico é algo mais notado na comunidade gay mesmo. Em uma palestra que ouvi semana passada na ABRAT GLS ( Associação Brasileira de Turismo para Gays) foi dito claramente que muitos gays por serem sempre discriminados, usam isso inteiramente a seu favor se tornando os melhores em seus campos de atuação e em sua vida social. Daí vem essa tão comentada característica.
E assim a vida vai caminhando e aprendemos que temos que representar diversos papéis.
No trabalho, em casa, com os amigos e com as supostas namoradas. Várias pessoas dentro de uma só. Não me pergunte em nome de quê isso era feito. Não tenho respostas.
Já na idade adulta e depois de muito lutar contra comigo mesmo, veio o período de calmaria.
A maturidade é a mais sábia das conselheiras. Coloca tudo em seu devido lugar, a importância de todas as coisas são redimensionadas e o alívio vem justamente desse ponto.
Saber que a vida profissional, familiar, social e amorosa andam em conjunto. E aonde estiver faltando algo ou simplesmente fora do lugar, é possível chegar e dar o devido valor para aquela situação.
Se há algo de mais valioso em tudo isso que passamos ao longo da vida, digo com sinceridade que a aceitação das escolhas que fizemos é a melhor delas. Aceitar quem eu sou. Ser quem eu sou.
Se os outros "aceitam" ou não, isso já não é uma questão a ser resolvida por mim. As minhas já estão em minhas mãos. Ser gay não é fácil, mas fingir que não é dá muito mais trabalho e causa um sofrimento desnecessário para si mesmo.