segunda-feira, 1 de março de 2010

É bom olhar pra trás...


Alguns anos atrás realizei um trabalho voluntário por dois anos que me ajudou a amadurecer um bocado. Deixando de lado ideologias com as quais não compartilho mais hoje em dia, posso dizer que havia muito mais de minha personalidade envolvida naquele trabalho do que qualquer outra coisa.

Em dias quando me sinto meio desconsolado com as atitudes de algumas pessoas próximas de mim, seja pessoal ou virtualmente, busco na memória momentos que ficaram naqueles anos.

Hoje especificamente, me veio a mente como a sensação de mudar um pouco o cotidiano das pessoas me trouxe bens inestimáveis. Como essas lembranças.

Quando morei no norte de Minas Gerais por 5 meses, conheci um cara de 40 e poucos anos que morava num pequeno quarto nos fundos de uma casa. Um lugar extremamente humilde assim como quase toda a população daquele bairro.

Eu e um amigo o visitávamos com frequência apenas para ouvi-lo. E assim como várias outras pessoas que vimos todos os dias, ele era um cara que provavelmente ninguém parava para ouvir.

Construimos uma amizade bacana e percebia que tanto ele quanto nós ficávamos felizes com o desenrolar de nossas longas conversas sobre a vida.

Após 5 meses eu tive que ir para outra cidade e quando fui me despedir dele, foi uma das situações mais gratificantes que posso me recordar agora.

Despedir-se de alguém que aprendemos a conviver e gostar é sempre algo complicado. E ver um cara de 40 e poucos anos chorar por saber que aquela rotina que nos fazia bem estava por terminar foi algo que não dá pra esquecer.

Hoje , quando me deparo com algumas atitudes mesquinhas de muitas pessoas, inclusive as minhas próprias, procuro me lembrar de que eu posso sim, fazer diferença na vida das pessoas.

E que nunca devo me esquecer que todos têm suas estórias, seus dramas, suas alegrias e seus traumas para cuidar.

O mundo está repleto de futilidades e de coisas interessantísimas também. Eu escolhi o lado dos interessantes e evitarei ao máximo pensamentos e atitudes que possam me desviar disso.

Se quiser me acompanhar, seja sempre bem vindo...

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