sexta-feira, 25 de junho de 2010

O Amor Urgente.

Sábado passado, dia 19/06 ao participar do 8º Ciclo de Debates LGBT tive o prazer e o previlégio de ouvir uma excelente apresentação sobre os avanços e retrocessos relacionados às leis que envolvem a população LGBT e a criminalização da Homofobia.

Não irei detalhar aqui, pois meu intento é deixar marcado o quanto uma música citada pelo Dr. Renato De Vitto mexeu comigo.
A letra de Chico Buarque quase me permitiu sentir o prazer e a dor de amores que não conseguem ser plenamente vividos, graças a essa estúpida e infeliz moralidade cristã propagada sempre visando o benefício e a conveniência de quem a prega.
Como disse o Celso Dossi no blog dele (http://www.celsodossi.blogspot.com/) alguns meses atrás, pode não ser hoje, pode não ser amanhã...mas um dia isso terá fim. E toda essa intolerância com a sexualidade da outra pessoa será extinta. Mesmo se eu não estiver mais na Terra, espero que os filhos de amigos e irmãos possam presenciar alguma mudança nesse aspecto.

Amor e Lua

Amaram o amor urgente
As bocas salgadas pela maresia

As costas lanhadas pela tempestade
Naquela cidade
Distante do mar
Amaram o amor serenado
Das noturnas praias
Levantavam as saias
E se enluaravam de felicidade
Naquela cidade
Que não tem luar
Amavam o amor proibido
Pois hoje é sabido
Todo mundo conta
Que uma andava tonta
Grávida de lua
E outra andava nua
Ávida de mar
E foram ficando marcadas
Ouvindo risadas, sentindo arrepio
Olhando pro rio tão cheio de lua
E que continua
Correndo pro mar
E foram correnteza abaixo
Rolando no leito
Engolindo água
Rolando com as algas
Arrastando folhas
Carregando flores
E a se desmanchar
E foram virando peixes
Virando conchas
Virando seixos
Virando areia
Prateada areia
Com lua cheia
E à beira-mar



Um comentário:

Unknown disse...

Nossa! Adoro esta música!