terça-feira, 30 de dezembro de 2008

O dia depois de amanhã - 1º de Janeiro





2009.2010.2011...

Engraçado como chega o fim do ano a sensação é sempre a mesma..."Agora tudo vai mudar!!"

Esse ano péssimo acabou, pensam alguns, logo outro melhor vai começar. Incrível como esse pensamento conforta a muitos. Dia 1º de janeiro será na quinta-feira, não seria essa uma quinta-feira como todas as outras? O que terá de especial nela? Será que todos começaremos aquele regime tão sonhado? Iremos perdoar todas as pessoas que nos ofenderam o ano passado? Consertaremos aquele vazamento de que nos incomodou durante os últímos doze meses? Acredito que não.

O que pode mudar em um mês que não foi mudado em um ano? Que poder é esse ano que o mês de dezembro tem que abril não tem ,por exemplo?

Não seriam todos os dias do ano oportunidades únicas em nossas vidas?

Penso que o ano-novo pode começar em qualquer mês, visto que ano-novo diz o ditado popular é vida nova. Eu acho que posso mudar minha vida em qualquer dia do ano, em qualquer mês.

Pronto. Comemorarei a virada do ano com minha família, mas o processo de ano-novo serão todos os dias e todos os meses do ano de 2009. Ótimo isso.
Não quero mais maldizer os anos que se passam e ansiar tanto pelo novo ano como se as atitudes que tomei durante os últimos meses não tivessem importância. Cada comemoração de um ano que se inicia pode ser lembrado como a vitória da vida, já que entre muitos , nós estamos vivos para celebrar essa conquista.

Remetendo ao texto de André Laurentino chamado 365:
"De que vale o fim do ano? Para fazer balanço da vida e ficar feliz? Feliz porque se tudo está bom, congratulações. E se tudo está ruim, teremos logo um janeiro por perto, cheio de mudanças e novos rumos. Janeiro é mês de toma-jeito. Pau que nasce torto, em janeiro se endireita."

Pois é...desejo mesmo que todos possamos entender que apesar do ritual da passagem de ano ser depois de amanhã,todo dia, toda hora podemos mudar tudo a nossa volta, não precisamos de doze meses se em um dia tudo pode ser transformado. A vida pode ser diferente sempre, sem promessas, sem ondas para pular, sem planos...Simples assim.

Feliz 2009, 2010, 2011....

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Refinamento - Pensamentos no Natal


Branco. Esses últimos dias me deu branco total. Sem tempo e sem inspiração para escrever nada.

Provavelmente pela correria da útlima semana de trabalho, aquela sensação de que terei duas semanas sem nada para fazer me deixou ansioso. Ledo engano.

Após a semana de trabalho, almoço de confraternização e um encontro com o Edison (ótimo posso adiantar ) onde conversamos tanto quanto bebemos, chegou enfim o fim de semana.

Sábado fomos para Cotia para a casa da mãe do Gilmar comemorar o aniversário dela e a festa de confraternização do abrigo onde o irmão dele trabalha. Foi emocionante.

Voltei no mesmo dia para São Paulo e aproveitei o sábado a noite para dormir na casa do Vlad e aproveitar a manhã de domingo na companhia sempre agradável dele.

De lá para cá, muitas coisas para resolver, organização do Natal, ligações, compras e lá se foi meus primeiros dias sem nada para fazer que eu acreditava que existiam.

Agora em casa no dia de Natal, após a celebração ontem a noite junto à família do Gilmar (com direito a amigo secreto e 2h sem energia, graças as constantes chuvas dos últimos dias ) e um passeio com minha irmã hoje a tarde, consegui reunir alguns pensamentos para eternizar por aqui.

Época de Natal e fim de ano sempre me deu a sensação de começo e fim de muitas coisas. Esse ano acredito que mais do que em outros, isso tem mais relevância na minha maneira de pensar.

A palavra que me veio com força foi refinamento. Já li em alguns lugares sobre como o aço é refinado através do fogo e quanto mais quente, mais forte e resistente ele se torna.
Pois é isso...refinamento.

Essa sensação tem me acompanhado muito nos últimos meses. O puro e simples sentimento de que muitas relações minhas foram refinadas, principalmente aquelas as quais eu mais tive empenho como familiares, no trabalho e com alguns amigos muito importantes para mim.
O fim desse ano está alguns dias de distãncia e fico extremamente feliz de poder me expressar desta forma. Graças ao refinamento das relações que algumas pessoas trouxeram e outras que eu busquei.

Um ótimo Natal e um brinde à vida e as coisas simples que ela nos traz.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Aqueles dois













"Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra.."

A cumplicidade masculina é algo notável. Sempre observei isso e vendo peças como essa só me dá mais certeza de que como homens e mulheres são diferentes nesse aspecto.

Engraçado como uma linha de raciocínio puxa a outra e se forma uma idéia ou um texto, ontem a noite estava conversando com o Alysson, um amigo jornalista exatamente sobre essa cumplicidade.
"Aqueles dois" é um texto do Caio Fernando Abreu de 1982 publicado no livro Morangos Mofados. Tive o prazer de assisti-la domingo com o Vlad e o Gilmar.

Os atores Cláudio Dias, Marcelo Souza e Silva, Odilon Esteves e Rômulo Braga estão afinados na defesa do texto que conta a história de dois trabalhadores de uma repartição burocrática no centro de São Paulo, Raul e Saul. Entre um cafezinho e outro, os dois vão se aproximando pouco a pouco.
Isso gera a desconfiança e a repressão dos outros colegas de trabalho. Eles reagem com vigor destrutivo diante da beleza que brota da altivez dos dois personagens, ainda não afetados pela mediocridade reinante no lugar. O estilo direto e simples da escrita de Caio Fernando Abreu aparece com naturalidade na boca dos atores.
A montagem criada e dirigida pelos quatro, ao lado de José Walter Albinati --integrante da companhia que optou por fazer o olhar de fora dessa vez--, apresenta impressionante preparação corporal do elenco. Jogos coreográficos servem para dar ritmo e beleza à encenação. O desenho cênico bem cuidado ajuda a sensibilizar a platéia para a história daqueles dois.

"E concordaram, bêbados, que estavam ambos cansados de todas as mulheres do mundo, suas tramas complicadas, suas exigências mesquinhas. Que gostavam de estar assim, agora, sós, donos de suas próprias vidas. Embora, isso não disseram, não soubessem o que fazer com elas."

Não há um personagem para cada ator. Todos eles defendem Saul e Raul, bem como a relação tenra entre os dois. Nada no espetáculo é gratuito ou vulgar, nem a nudez explícita dos quatro atores, na cena em que Raul e Saul resolvem dormir nus ao lado um do outro, por conta do calor. A falta de roupa dos atores não agride; muito pelo contrário: é singela e necessária.
O cenário intimista traz caixas de madeira, cadeiras, aparelhos sonoros, um vilão, máquinas de escrever, telefones e a garrafa de café, em volta da qual aqueles dois se aproximam.
Perdidos na solidão de São Paulo, os forasteiros Raul e Saul se entregam ao carinho possível dentro e fora daquele escritório no qual estão enclausurados das 10h às 18h, entre grampeadores quebrados e mensagens impessoais. Como diz o próprio conto de Abreu: "que mais restava àqueles dois senão, pouco a pouco, se aproximarem, se conhecerem, se misturarem?"
O grupo reúne com sensibilidade discos presentes na vida de Caio Fernando Abreu, bem como na de sua geração. Vinis de Cazuza, Michael Jackson e Carlos Gardel circulam nas mãos dos atores. Ângela Rô Rô canta "Amor Meu Grande Amor" e Cazuza e Bebel Gilberto fazem dueto singelo em "Preciso Dizer Que Te Amo", canções que embalam a história.

"...o que mais restava àqueles dois senão, pouco a pouco, se aproximarem, se conhecerem, se misturarem? Pois foi o que aconteceu. Tão lentamente que mal perceberam."

Para ler o conto na íntegra, acesse http://www.releituras.com/caioabreu_dois.asp
Li, assisti e me emocionei.







quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Eu e os caras


Na sexta após o teatro e um café lá no Girondino cheguei em casa cansadíssimo e pronto para dormir, sabendo que no dia seguinte acordaria muito cedo para acompanhar uma reforma lá na Editora.
Mas eis que meu celular tocou e recebi a notícia de que o Thiago, Jeferson e Juliano lá de Hortolândia iriam passar em casa para fazer uma visita,isso próximo a meia-noite.

Tirei forças de algum lugar, tomei um banho e pronto. Fiquei novo e animado.Hehehehehe.
Olha receber esses meninos em casa é sempre um prazer. Primeiro que quase não nos vemos e quando isso acontece, vale a pena desprender cada minuto para rir com eles.

Aproveitamos que o Thiago estava de carro e fomos os 4 dar uma volta pela Av.Paulista, nessa época muito iluminada, linda mesmo de se ver.

Foi muito bacana porque eles não tinham visto ainda como funciona Sampa a noite. Uma loucura.
Ainda passamos pela Bella Paulista para comer algo e dar muitas, muitas risadas.
Acabamos chegando em casa às 4 da manhã (sendo que às 6h eu estaria acordado de novo, devendo chegar na Editora no máximo umas 7h).

Por incrível que pareça eu não fiquei cansado nem com sono. A euforia desses caras por estarem passeando por aqui, tirando fotos, dando risadas e falando bobagens era tanta que me contagiou.

Vou roubar umas palavras do Carlos Drummond de Andrade para exemplificar melhor como são esses caras:

“Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta.
Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça.O tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver.
Tem gente que tem cheiro de colo de Deus. Ao lado delas a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis.
Ao lado delas, pode ser abril, mas parece manhã de Natal do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel.
Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra.
Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza. Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria.
Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está conosco, juntinho ao nosso lado. E a gente ri grande que nem menino arteiro."
Amo vocês caras....e obrigado sempre!!!!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Alguma coisa está fora da ordem...





Alguém pode me dizer a necessidade dessas duas revistas, que até então considerava como importantes terem matérias de capa tão sem sentido como essas??

Será que não há nada de importante acontecendo no Brasil e no mundo a ponto de se colocar esse tipo de matéria que até agora só tem rendido assuntos em programas televisivos de qualidade duvidosa?

Qual será a próxima capa? A briga de Luana Piovani e Dado Dolabella?

Achei sinceramente que estava diante das capas de revistas semanais sobre novelas.

Fico impressionado com a relevância destinada a vida particular dos artistas e seus cônjuges. Até parece que esse cara é primeiro a morrer por overdose de drogas ou algo parecido.

Bom, se tem que vender revista o que se pode fazer né?

Nany People salvou meu casamento


Fui no Centro Cultural da Caixa Ecônomica Federal sexta-feira com o Gilmar para ver a peça "Nany People Salvou Meu Casamento".
Com direção de Imara Reis e texto de Bruno Mota e Daniel Alves, a peça tem no elenco além da engraçadíssima Nany People o talentoso Gus Fernandes.
Na peça, Nany deixa para traz aquela famosa drag queen dos programas de televisão e dá asas ao seu lado atriz.
O novo desafio começou quando Nany viu os casamentos de seus irmãos se desfazerem por motivos que considera totalmente irrelevantes, e entendeu que, existe muito pouco diálogo entre os casais atualmente. “Para um relacionamento dar certo tem que ter boa vontade, esse é o segredo, não adianta”.

Nany trata o sonho das mulheres de casar.A multimídia escolheu então sete temas para tratar em cena, que vão da fecundação do óvulo pelo espermatozóide “machista” à discussão com a namorada por causa do futebol.
Quando questionada como chegou a esse formato, Nany disse: “Eu sou muito intuitiva, e observando o casamento de pessoas próximas percebi que de perto ninguém é normal. São tantas coisas banais que vão desgastando o relacionamento, que um motivo pequeno acaba se tornando a gota da água”.
Passada a observação, mãos a obra. Depois de criar a essência da coisa, conversar com os autores do texto e receber uma verdadeira aula de sua diretora, ela se apresenta ao público como uma sábia conselheira, mantendo claro seu fabuloso bom humor.
Nany e o bonitão Gus Fernandes, que além de versátil tem um timing perfeito pra comédia, divertem muito o público durante todo o tempo na peça interpretando vários personagens, inclusive mudando de sotaque a cada cena. E o melhor de tudo conseguem fazer o público refletir seriamente sobre as atitudes que temos diante da vida e dos problemas que nos afligem no dia a dia.
Uma ótima surpresa e um belo incentivo da Caixa de levar pessoas ao teatro oferecendo peças como essas com entrada franca.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Os Estranhos



Combinei com a Cláudia ontem (quarta-feira) de irmos ao cinema assistir "Os Estranhos". Engraçado ver como alguns cinemas antigos ainda resistem ao tempo. Fomos ao Gemini ali na Av.Paulista...Aqueles estilo de cinema ficou perdido em algum lugar no passado. Desde o carpete com desenhos antigos aos bancos nada confortáveis (se comparados as poltronas dos cines hoje), tudo só existe para lembrar de quantos filmes eu assisti ali ao longo desses anos.

A Lista de Schindler, Em nome do pai, Thelma & Louise, A Morte lhe cai bem, A firma e inúmeros outros filmes pude ver nas salas do Gemini. Longos anos viu?
Sobre o filme em questão, aí vai o resumo:

Quando o casal Kristen (Liv Tyler) e James (Scott Speedman) chegam à remota casa de veraneio dos pais de James, eles simplesmente querem descasar um pouco depois de uma noite difícil. Mas mal sabem eles que a noite está prestes a se tornar a pior de suas vidas quando três estranhos mascarados surgem em seu recanto aparentemente tranqüilo. Esses misteriosos estranhos têm um prazer doentio em aterrorizar o jovem casal, o que leva Kristen e James ao limite da sobrevivência, onde apenas seus instintos mais brutais podem salvar suas vidas…

Acredito que a Cláudia ficou mais irritada do que eu ao descobrir que o filme não cumpre tudo que promete.
As cenas de suspense são de gelar a alma mas em contrapartida o final sem explicação para as atitudes dos personagens e batido recurso do último grito só para assutar, nos deixou com uma sensação de que fomos enganados.

Vale conferir pela curiosidade e como já li hoje em um site, há uma continuação em andamento. Ou seja.....dá pra entender o final assim mesmo?



terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Parentada



Familiares distantes parecem todos iguais. Pelas estórias que ouço de amigos ou pelos contos que leio me parece que todos agem da mesma forma.

Após alguns meses sem um contato mais próximo com meu pai,( desde 1989 meus pais são separados) recebi um convite dele para almoçar. O argumento não poderia ser melhor "Vem almoçar aqui que vai ter baião-de-dois"...Como todo nordestino que se preze, não perderia essa chance de degustar uma refeição tão saborosa.."Ah , e sua madrinha estará aqui também, ela não te vê desde que você nasceu.."

Tendo aceito o convite pensei "Gente, eu tenho 37 anos...não conheço quem é essa madrinha e o que tenho para falar com os parentes de meu pai com quem não tenho o menor contato?"..Aff
Bom, não custa nada fazer esse agrado para meu pai né? Tantos meses sem vê-lo...

Meio que desconsolado ainda apelei para meus irmãos em buscar de alguma parceria..."Ih Raí, domingo não vai rolar, tem jogo do São Paulo"..."Putz cara, nesse domingo tô trabalhando"..."Ah, não posso ir, tenho compromissos lá na igreja..."

Pronto. Tava sozinho nessa.
Já resignado me dirigi para o almoço já imaginando como seria.

É incrível como as pessoas não te vêem a mais de 20 anos e quando isso ocorre os comentários são incrivelmente desnecessários:

"Eita, mas tú tá gordo hein? Tá forte né?"

" Nossa quanto tempo, e aí, não casou ainda porquê hein?"

"Tá disputando com o José para ver quem fica mais tempo solteiro é?"

Olha só pedindo ajuda a Gizuiz para me limitar a esboçar um meio sorriso e balbuciar meia dúzia de palavras que não explicam nada porque não há o que se explicar.

Claro que na mente as respostas estavam mais do que prontas..."Estou fora de forma sim,mas por sedentarismo e não por excesso de pinga como deve ser o seu caso né"..." Não casei ainda, talvez quando o casamento gay for permitido no Brasil daí te convido"..."Casar para ser infeliz no casamento e ainda levar chifres do(a) marido/esposa como você, acho melhor não..."
Mas em nome dos bons modos ensinados por meus pais o meio sorriso prevaleceu.

A boa surpresa foi realmente ter conhecido a senhora gentilíssima que é minha madrinha. Muito carinhosa, fiquei algum tempo ouvindo estórias da amizade que uniu muito minha mãe à ela quando moravam no Ceará. Gostoso saber do passado de minha mãe quando eu nem era nascido ainda. Me senti muito bem com ela que demonstrou felicidade em me rever depois de muitos anos e ainda me disse "Melhor assim viu? Eu acho que você está certíssimo, aproveitar a vida vale muito mais. Casar pra quê?"

Ah , sem falar no almoço que estava daquele jeito que todo cearese gosta. Baião-de-dois, mugunzá e cuscuz...Comi que fiquei até triste.
Apesar dos comentários ácidos que fiz aqui e dos que ouvi lá, foi um bom domingo.
Quem nunca ouviu nada parecido nos famosos almoços familiares?
Pelo menos terei alguns meses pela frente antes me aventurar por esses encontros novamente.

Queime depois de ler


Na sexta-feira passada fui conferir a nova empreitada dos irmãos Coen. Sempre uma surpresa.

Depois do premiado "Onde os fracos não tem vez", eles retornam com uma comédia de erros no estilo do maravilhoso "Fargo".
Eles conseguem surpreender a cada filme e com este "Queime depois de ler" não foi diferente.

Osbourne Cox (John Malkovich) é um agente da CIA expulso da agência que escreve suas memórias contendo detalhes reveladores. Mas o CD no qual o texto está escrito cai acidentalmente nas mãos de dois confusos e atrapalhados funcionários de uma academia de ginástica (Frances McDormand e Brad Pitt), que tentam faturar uma grana em cima das informações que conseguem.

Para quem já conhece o estilo dos Coen, já deve imaginar que alguma coisa dará muito errado nessa estória. E o filme toma rumos bem diferentes onde há espaço de sobra para atitudes extremas dos personagens.

Ver atores tão fantásticos quanto George Clooney, Frances McDormand, Tilda Swinton, John Malkovich e Brad Pitt fazendo papéis tão atrapalhados e ao mesmo tempo humanos é prazeroso de ver. Aliás Brad nunca esteve tão pateta antes....só vendo pra crer.
Uma boa opção antes dos filmes natalinos invadirem as telas...rs

Guardarei como o primeiro filme que assisti no cinema com o Vlad. Na verdade acho que eu poderia ter escolhido algum mais romântico para lembrar depois...hehehehe

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Amores, flores e blá,blá,blá

Paixão.
Romance.
Flerte.
Paquera.
Transa.
Ficada.
Amor.
Ciúme.
Saudade.
Namoro.
Sexo.
Olhar.

Fico observando que a cada dia que passa, a cada experiência adquirida o gosto dessas palavras se refina, adquire outros significados e contornos.
Se na adolescência isso veio em forma de um turbilhão de sentimentos embaralhados, hoje a maturidade faz bem seu papel de educadora...rs

Nas músicas que ouço ou nos filmes e peças q assisto, o misto de todas essas palavras causam uma agradável sensação de desconforto. Aquele desejo intenso de que tudo se realize ontem. Que a pessoa surja na mais banal da situações. Apaixonar-se não tem lugar certo, tem?

Me surpreendo ao perceber o quanto é simples se apaixonar por alguém, mas ao mesmo tempo as estórias que já deixaram suas marcas insistem em mostrar que precisa muito mais do que imagino para ter esse sentimento de novo.
Aquele gosto da paquera e do flerte que praticamente inexiste hoje. Aqui e ali aparece, meio tímido mas por isso mesmo interessantíssimo.

Recentemente descobri ao beijar alguém que o gosto de antigamente sempre está por perto.

Não que seja saudosista, não é isso que tento expressar aqui. Tento afirmar que as pessoas perderam muito da arte do encontro.
Esse modernismo todo, essa entrega por relações virtuais em qualquer grau que seja, contribui muito para essa perca.

Eu insisto e resisto...embora tenho medo de estar sendo um pouco descrente. Um amigo me confidenciou que havia chorado por sentir falta de apaixonar-se de novo, chorou por ter medo de estar se entregando a frieza dos relacionamentos de hoje. Eu, perplexo, disse a ele que fiquei feliz por ele ter chorado, já quem nem isso eu me imagino fazendo...chorar por falta do sentimento de apaixonar-me...Entenda bem, não é a falta de alguém e sim do sentimento de estar entregue.

Mas como a natureza sempre encontra um meio, estou mais atento as pessoas que têm se aproximado com alguma intenção de me conhecer melhor.
Todo dia é um dia novo para esbarrar em alguém E numa dessas....rss

Ah, ontem foi minha última sessão de terapia esse ano. Já tô com saudades das conversas com a Sofia, me ajudou muito em pouco tempo. Em fevereiro voltaremos a nos encontrar...Acredito que com inúmeros assuntos para serem revisitados.

Uma contribuição do Vander Lee:
Românticos são poucos
Românticos são loucos desvairados
Que querem ser o outro
Que pensam que o outro é o paraíso
Românticos são limpos
Românticos são lindos e pirados
Que choram com baladas que amam sem vergonha e sem juízo
São tipos populares que vivem pelos bares
E mesmo certos vão pedir perdão
E passam a noite em claro conhecem o gosto raro de amar sem medo de outra desilusão Romântico é uma espécie em extinção
Românticos são loucos
Românticos são poucos
Como eu..como nós.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Ganhando espaço!


4º Seminário Inter-Religiosidade

A Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual (Cads), através da Prefeitura Municipal de São Paulo, realiza o "4º Seminário Inter-Religiosidade - Derrubando muros, construindo pontes". O objetivo é criar um elo de respeito, integração e compreensão entre os segmento LGBT e as religiões.

O evento é aberto a todos que queiram participar e pretende reunir religiosos e o público LGBT, integrando a diversidade. Entre outros convidados, estarão na Mesa Oficial de Abertura o Secretário Municipal de Participação e Parceria, Ricardo Montoro, e o Coordenador Geral de Assuntos da Diversidade Sexual, Cássio Rodrigo.

O 4º Inter-religioso acontece nos dias 5, 6 e 7 de dezembro, e serão três dias com seminários, palestras e debates, promovendo diálogos com as religiões por meio de seus representantes, abordando seus diferentes pontos de vistas em relação à diversidade sexual e discutindo o papel das religiões no combate a homofobia.

O Seminário será realizado no Cenesp - Centro de Eventos e Negócios de São Paulo
(Rua Treze de Maio, 717 Bela Vista).
As vagas são limitadas, portanto faça sua inscrição: http://www9.prefeitura.sp.gov.br/forms/seminariointerreligiosidade/index.
Sempre recebo e-mails do CADS, começarei a publicá-los aqui no meu espaço.

Romance


Ontem a noite ao chegar da terapia, fui com o Gilmar ao Shopping Bourbon assitir ao filme "Romance".

Coloquei aqui um resumo da crítica encontrada no site Cineclik e pontuei com algumas opiniões minhas sobre o filme.

"Este é um pouco diferente dos outros filmes que já fiz", explicou o diretor Guel Arraes na primeira exibição deste longa, ocorrida durante o Festival do Rio. "Aqui, me inspiro nos filmes da Nouvelle Vague e de Domingos Oliveira", continuou.

"Espero não decepcioná-los e chegar à altura destes mestres".O filme acompanha a história de Pedro (Wagner Moura) e Ana (Letícia Sabatella). Ele é diretor e ator teatral; ela é atriz. Os dois se conhecem quando ele faz audições para sua montagem de Tristão e Isolda, uma das mais clássicas e trágicas histórias de amor já feitas. Quando ela é descoberta pelo executivo de TV Danilo (José Wilker, para quem foram reservadas as mais engraçadas frases do filme), ele logo a contrata para fazer novela. Para Pedro, o trabalho é impensável e o relacionamento entre os dois entra em crise.

Não somente afetivo, mas principalmente profissional.

Com ciúmes do sucesso da amada na TV, ele rompe a bem-sucedida parceria nos palcos e na vida. Três anos depois, os dois se reencontram para trabalharem juntos num especial para a TV.

Merecem destaque as atuações de Wagner Moura, sempre um ótimo ator e Letícia Sabatella lindíssima e talentosa. Os dois tem uma química perfeita em cena trazendo um encantamento natural para a estória de amor contada.

Além de explorar os meandros, dramas e tragédias do amor, Romance também explora muito bem as relações que os atores têm com a dramaturgia.

Arraes coloca teatro e TV dentro do cinema e resolve discutir, de forma leve, a relação entre os tipos de veículos e como os atores são capazes de lidar com ambos. Com diálogos afiados e divertidos - nesse ponto os destaques são a personagem de Andréa Beltrão e de Vladimir Brichta, impagáveis.

Romance apela bem menos para a comédia do que se poderia esperar de Arraes, mas nem por isso é ruim, pelo contrário. O diretor cumpre o desafio de apresentar um belo filme saindo dos moldes já consagrados junto ao público.

Uma boa surpresa para uma quarta-feira onde fiquei extremamente irritado com o trânsito cada vez pior no centro da cidade. Uma dose de romance sempre cai bem, mesmo que seja do outro lado da tela...

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Sobre anjos e grilos


Semana que começa agitada sempre pede um pouco mais de energia..E é isso que estou procurando.

O dia foi bem agitado no trabalho. O alívio veio por conta de mensagens no celular com desejos de um ótimo dia e de um novo encontro...Aliás não só comigo mas também com meu amigo Gilmar...Aquela estória de ter recebido um bilhete do Filipe com versos de Mário Quintana estava rendendo muito.

Aproveitando desse momento tão peculiar lembramos ontem ao irmos de encontro ao Filipe, de um espetáculo que vimos alguns meses atrás, lindo aliás, sobre a vida e obra de Mário Quintana chamado "Sobre anjos e grilos" com a Deborah Finocchiaro.

Sobre Anjos & Grilos é um espetáculo multimídia - cômico / lírico / épico - no qual uma atriz, numa junção entre a fala, o gesto, a poesia, as artes plásticas e a música, conta, interpreta e canta textos e poemas de Mario Quintana, reafirmando a crença no poder da representação cênica como caminho de questionamentos e transformações.

Aqui coloco alguns trechos de poemas recitados no espetáculo:

"...Eu acho que todos deveriam fazer versos.Ainda que saiam maus, não tem importância.É preferível, para a alma humana,fazer maus versos a não fazer nenhum."

"Ah! Aquela confiança que tem uma criança rezando... Inocente confiança. Alegria. Quem é de nós que reza com alegria? Parece que só existe mesmo o Deus das crianças... Deus é impróprio para adultos."

"E um dia os homens descobriram que esses discos voadores estavam observando apenas a vida dos insetos..."

"E se alguém consegue conservar por toda a vida a criança que tem em si, esse alguém será realizado e nunca envelhecerá."

"Se eu fosse acreditar mesmo em tudo o que penso, ficaria louco."

"Dizem que o poeta é produto do meio. Bobagem! O poeta é um produto contra o meio."

"Comecei a ser poeta como um cachorro que cai n’água e não sabia que sabia nadar. E sabia..."

"Santo da minha devoção? São Jorge, com seu cavalo e seu dragão. Sou devoto dos três..."

"Eles ergueram a torre de Babel para escalar o Céu. Mas Deus não estava lá! Estava ali mesmo, entre eles, ajudando a construir a torre."

“Tão bom viver dia a dia... A vida, assim, jamais cansa... Viver tão só de momentos Como essas nuvens do céu... E só ganhar, toda a vida, Inexperiência...esperança...”

“ – A morte é muito aperitiva: um aperitivo da vida... O homem é o único animal que sabe que vai morrer. Isso dá mais sentido, mais vida a cada momento nosso...”

"Dos anjos não posso absolutamente duvidar, em vista da insistência com que aparecem em meus poemas."

Mario Miranda Quintana nasceu em Alegrete, Rio Grande do Sul, no dia 30 de julho de 1906. Em 1929, ingressou no jornal O Estado do Rio Grande. No ano seguinte, a Revista do Globo e o Correio do Povo publicam seus poemas. Após ter participado da Revolução de 1930, mudou-se para o Rio de Janeiro,retornando em 1936 para a Livraria do Globo, em Porto Alegre, onde trabalhou sob a direção de Erico Verissimo. Autores como Charles Morgan, Rosamond Lehman, Lin Yutang, Proust, Voltaire, Virginia Woolf, Balzac, Papini, Maupassant tiveram suas primeiras traduções no Brasil pelas mãos de Quintana.De sua bibliografia, constam 16 livros, cinco obras infantis e 14 antologias. Entre suas obras, estão: A Rua dos Cataventos (1940), Canções (1945), Sapato Florido (1947), Espelho Mágico (1948), O Aprendiz de Feiticeiro (1950), Poesias (1962), Pé de Pilão (1968), Apontamentos de História Sobrenatural (1976), Nova Antologia Poética (1982), Batalhão das Letras (1984). Falece, em Porto Alegre, no dia 5 de maio de 1994, próximo de seus 87 anos.

Vale muito a pena saber mais sobre esse grande homem. Pesquise, leia, pense e cresça com ele...

Voltando ao cotidiano, o Gil deve ter se encantado mesmo com o poeta Filipe pois o acompanhou para conhecer mais sobre anjos e grilos...Eu voltei para casa, tranquilo caminhando pela noite. Ainda tenho minhas promessas de um novo encontro essa semana para pensar a respeito...rsss

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Un giorno perfetto


Domingo, um dia que é mais fácil encontrar pessoas bem humoradas pelas ruas.

Ontem acordei cedo e fui com o Gilmar andar pelo bairro. Um ótimo começo de dia, o sol estava perfeito, as ruas calmas...fomos caminhando até a PUC e tomamos café numa ótima padaria lá perto.

Fico feliz de ter me exercitado tão cedo, aliás essa será uma das principais metas dos próximos meses no ano que está logo aí...

Aproveitar um domingo por inteiro, essa é a sensação. Ainda visitamos uma feira de exposição de vinhos e frutas maravilhosa no Parque da Água Branca, além de ouvir uma roda de viola...

Fiquei muito feliz de ter feito coisas tão simples e extremamente prazerosas como essas. Mais uma vez me senti previlegiado por residir tão perto de tudo isso.

Esse astral foi determinante para que, após um breve descanso em casa no final da tarde, fôssemos cair um pouco na gandaia para não perder o hábito né?

Aliás, foi-se o tempo em que final de domingo era ficar ouvindo a música de término do Fantástico e bater a depressão pré-segunda feira....affff..tô fora.

Fomos até O Gato para ouvir uma música ao vivo e voltar pra casa cedo.Uma ótima decisão, muito acertada mesmo..rsss

Não tinham muitas pessoas mas claro que isso não seria razão para ficarmos quietos...hehehe..o Gilmar estava até contido, agora eu....rsss...Estava com o radar ligadíssimo para ver se algo acontecia. Acabou que estávamos cantando tão alto quanto a própria artista que lá se apresentava...E no meio dessa animação toda, eu já arrumei uma companhia mais do que divertida para terminar a noite. Enquanto a cantora entoava os versos de Djavan ( Eu levo sério mas você disfarça....insiste em zero a zero e eu quero um a um...) aproveitei o clima que já estava se formando para desfrutar de alguns momentos de carinho.....rsss

E para encerrar, enquanto estava meio que namorando sentado numa mesa conhecendo essa figura tão agradável, ainda ganhei um bilhete de um cara para ser entregue ao Gilmar com uma poesia de Mário Quintana e um pedido de retorno de ligação. Não poderia ser mais original...

Não é todo dia ou toda noite que se recebe um bilhete com alguém exercitando suas "quintanices"...Um término de dia perfeito com gosto de continuidade durante a semana.