terça-feira, 26 de maio de 2009

Seu passado te espera!


O almoço com minha mãe no sábado que passou me proporcionou um bem estar maior do que eu imaginava. Muito além de estar na companhia de meus familiares, o que já estava sendo ótimo de qualquer maneira, foi a conversa que tive com o Gilmar ao voltarmos para casa que me permitiu enxergar que eu estava feliz também pelas constatações que fiz.

Minha mãe tem um jeito particular e carinhoso no trato conosco e no falar. Fiquei observando a simplicadade com que ela vê o cotidiano e usa as mesmas expressões que deve ter aprendido desde pequena.

Como todo nordestino, as expressões e o vocabulário são bem diferentes de outras regiões do país. Essa mistura de sotaques e modos de falar são essenciais para nossa identidade.
Assim como meus pais, sou cearense e moro em São Paulo há 35 anos. Eles vieram para cá na década de 70 e aqui se fixaram. Minha irmã nasceu no Paraná e os demais irmãos todos aqui em São Paulo.

Admiro hoje saber que tenho nome de santo. Quando estava para nascer, segundo minha mãe, a parteira (sim, parteira daquelas que atendem as mulheres que moram no sertão) disse que eu não sobreviveria ao parto e aconselhou minha mãe a se apegar aos santos e fazer uma promessa. Como nasci no dia de São Raimundo Nonato, a dita promessa foi dirigida à ele e como resultado foi me dado o nome do santo, Raimundo Nonato.

Olha que situação mais original. Tem coisa mais brasileira, mais regional do que essa cultura de se apegar aos santos e dirigir à eles suas promessas?

Conversando com o Gilmar na volta pra casa, chegamos a um ponto em comum. Nós gostamos muito de falar sobre nossos familiares, nosso passado e estórias que são passadas dos pais para seus filhos. Infelizmente tenho percebido que poucas pessoas curtem fazer isso.

Principalmente em São Paulo muitas pessoas que vêm de outras regiões do país, principalmente Norte e Nordeste, parecem que querem esconder suas origens. E isso é muito estranho.
Nossa identidade, nossos valores e nossas lembranças estão enraizados na estória de nossa família.

Quantas vezes você parou para ouvir seus pais contando sobre a vida de seus avós? Ou melhor quando foi a última vez que você pediu para saber mais sobre eles?
Já pensou que montar a árvore genealógica de sua família pode ajudar e muito no seu auto-conhecimento? Saber como viviam seus antepassados, o que eles faziam, o que pensavam pode explicar muito sobre você...

Rever fotos, procurar cartas que seus pais possam tem guardado em algum lugar, tudo isso transforma uma visita na casa da família um motivo a mais para celebrar nossas vidas.
Todos temos um passado. Todos temos uma estória e se hoje é você quem pretende guiá-la, aprenda com quem já trilhou caminhos muito mais longos que os seus.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ahhh, apoiadíssimo.
Se um dia eu fosse morar no SUL ou SUDESTE (algo que não quero), jamais esconderia de onde vim.
E mais que amo a Paraíba, amo Campina Grande, amo meu Nordeste!
Jamais esconderia de ninguém.
.
Do mesmo jeito q defendo em João Pessoa meu amor por Campina (pq aqui existe uma 'richa' entre as duas cidades), defenderia por aí minha admiração pelo Nordeste.

E quanto as lembranças... guardo todas em meu coração!
Divio muito o passado da minha vó com meus familiares.
Domingo é dia disso!

=D