segunda-feira, 22 de junho de 2009

O Valor de um Protesto.


Com um brilhante debate na sexta-feira a noite sobre novas estruturas familiares, encerrou-se o 7º Ciclo de Debates LGBT. Os discursos e falas sobre legislação, antropologia e cidadania foram repletos de informações relevantes e uma leveza que deu um ótimo contraste ao assunto discutido. O encerramento se deu na Secretaria de Defesa e Justiça da cidade de São Paulo, localizada no Páteo de Colégio.
Sábado foi o dia de deixar tudo mais calmo. Fomos eu e Gilmar almoçar na casa da Regina,onde nos acabamos de comer com um baião-de-dois prometido há mais de um mês. E entre conversas e risos conseguimos atualizar vários assuntos. De lá nos dirigimos para o ponto alto daquela noite.
Devido aos violentos ataques que ocorreram no dia da 13º Parada do Orgulho LGBT, foi marcado para sábado às 19h um manifesto na Av Dr. Vieira de Carvalho, local onde foi jogado uma bomba caseira de um dos prédios ferindo várias pessoas que participavam da Parada domingo passado.

Foi importantíssimo estarmos lá junto aos outros ativistas participando e mostrando de forma séria e forte que já foi ultrapassado o limite de tolerância contra esses ataques homofóbicos.

Lembrado a morte de Marcelo Campos Barros, que foi assassinado no dia da Parada e de outros ataques violentos ocorridos no mesmo dia, foi lido o manifesto e contou com a participação de líderes, cidadãos, artistas do meio LGBT e do Ministro Luis Antônio Marrey, Secretário da Justiça e Cidadania. Disse ele em seu discurso: “Estou aqui em nome do Governo José Serra que também repudia qualquer ato homofóbico. Estamos pressionando para apurar e punir os culpados pelos ataques, senão ocorre uma estimulação da violência. São Paulo é a capital da diversidade e tem que continuar assim. Não podemos dar espaço para neonazistas e facistas”.

Com apitos, cartazes, camisetas e bandeiras andamos pela Av Dr. Vieira de Carvalho e o ponto final da caminhada foi em frente ao prédio onde ocorreu o ataque feito com uma bomba caseira. Lá abrimos a bandeira que representa a comunidade LGBT e colocamos uma bomba de chocolate no centro pedindo paz e um basta na homofobia.

Sinceramente, fiquei muito mais feliz e senti que aquilo sim foi um protesto digno pela comunidade LGBT. Seria bacana se a Parada pudesse ter esse teor político cada vez mais forte.

E a quantidade de pessoas ali deixou bem claro quem realmente está preocupado com a cidadania e não com bebedeiras e números de pessoas atrás de trios elétricos.

Para constar o Gilmar está ai na foto ajoelhado e de mãos dadas aos outros ativistas. E eu estava sentado do outro lado da bandeira. Viva a cidadania !

Um comentário:

Homorango disse...

Algumas atitudes exteriores nos fortalece. Me senti revoltado com o que aconteceu, mas ao inves da revolta, me senti obrigado em mostrar a essas pessoas leigas, que ser homossexual é ser cidadão...